Exército e Força Nacional farão a segurança do Carnaval no RJ
10 de fevereiro de 2012 • 07h34 • atualizado às 07h38
(Terra Brasil)
Cerca de 14 mil homens do Exército e 300 militares da Força Nacional serão os responsáveis por cuidar efetivamente da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro durante o Carnaval 2012, a partir da decretação da greve de PMs, policiais civis e bombeiros fluminenses, ocorrida no fim da noite desta quinta-feira.
Antes mesmo da confirmação da paralisação, decidida em assembleia na Cinelândia, na região central do Rio, o secretário estadual da Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que os desfiles de Carnaval no Rio, como os que ocorrem no sambódromo, estariam garantidos.
Simões criticou as reivindicações atuais por maiores salários, dizendo que o governo do Estado tem um plano de médio prazo para aumentar os valores. "Temos um norte de recomposição salarial. Não é razoável que se estipule um valor de R$ 3,5 mil e se ache que o governo estadual tem saúde financeira para isso", disse. "O que nos agride é que não se pode negociar nada se a condição imposta é a greve."
Simões classificou de "covardia" a decretação de uma greve às vésperas do Carnaval e que lamentará muito se for comprovado interesses políticos por trás do movimento.
Polícia e bombeiros do Rio entram em greve
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012 02:04
(REUTERS BRASIL)
RIO DE JANEIRO,10 Fev (Reuters) - Policiais, bombeiros e agentes penitenciários do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve a partir da madrugada desta sexta-feira para cobrar do governo aumento de salário, após assembleia realizada na praça da Cinelândia, no centro da cidade.
Cerca de três mil representantes das três categorias decidiram pela paralisação numa votação simbólica pouco antes da meia-noite de quinta-feira, após passarem algumas horas reunidos para discutir a greve e aguardar uma posição do governo do Estado, que não aconteceu.
"Agora a segurança do Rio é com a Força Nacional ou o Exército. A orientação nossa é que todos fiquem aquartelados", disse no sistema de som da assembleia na Cinelândia o cabo da PM Wellinton Machado, anunciando o início da greve.
As policias civil e militar, os agentes penitenciários e os bombeiros reúnem um efetivo de mais de 70 mil homens no Estado do Rio. Os líderes da greve não informaram o tamanho da adesão ao movimento, mas a Polícia Civil e os Bombeiros garantiram que um efetivo mínimo de 30 por cento continuará trabalhando durante a greve para garantir a legitimidade e a legalidade do movimento.
O governo do Estado, liderado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), se antecipou essa semana para a greve e promoveu reuniões preventivas com o Exército e o governo federal para enfrentar a paralisação.
Ficou acertado com o Comando Militar do Leste (CML) que estão à disposição do governo do Rio cerca de 14 mil militares do Exército e 300 homens da Força Nacional de Segurança já a partir desta sexta, segundo o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões.
"Uma greve é uma covardia e uma leviandade porque havia uma negociação em andamento. Não podemos aceitar se a única condição para negociar é a greve", disse o comandante dos bombeiros a jornalistas antes do início da paralisação.
A greve declarada no Rio acontece após uma paralisação da Polícia Militar baiana que segue desde o dia 31 de janeiro, com altos índices de criminalida registrados no Estado nesse período, incluindo ao menos 150 homicídios.
Na quinta-feira, em Salvador, cerca de 245 policiais militares em greve e seus familiares desocuparam a sede da Assembleia Legislativa do Estado, que estava ocupada desde o início do movimento, e dois líderes da greve foram presos pelo Exército. Os policiais, no entanto, decidiram manter a greve numa assembleia na noite de quinta.
BOMBEIRO PRESO
A insatisfação dos policiais e bombeiros fluminenses aumentou após a prisão, na noite de quarta-feira, de um dos líderes do movimento, o cabo dos Bombeiros Benevenuto Daciolo, que foi flagrado em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça negociando com líderes do movimento na Bahia a difusão da greve para outros Estados.
Daciolo foi detido ao desembarcar no aeroporto internacional do Rio voltando de Salvador, onde foi acompanhar o movimento de policiais grevistas. O cabo foi transferido nessa quarta-feira para uma penitenciária em Bangu, onde estão os presos mais perigosos do Estado.
"A prisão dele é um absurdo, uma arbitrariedade e até agora ninguém revelou quem autorizou a escuta telefônica", disse o deputado estadual Paulo Ramos (PDT), aliado dos grevistas, durante a assembleia na Cinelândia.
Para o Corpo de Bombeiros, Daciolo cometeu crimes de incitação e aliciamento de militares para a realização de greve. A Justiça militar decretou na noite de quinta-feira a prisão preventiva do cabo, que já estava preso administrativamente por 72 horas.
Assim como acontece na Bahia, a greve de policiais no Rio de Janeiro deve gerar temores para o setor turístico às vésperas do Carnaval. Além do tradicional desfile de Escolas de Samba, a cidade também atrai turistas para seu Carnaval de rua.
A paralisação também pode colocar em risco o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), os batalhões da PM instalados em favelas que são a principal arma do Rio para combater o crime organizado antes da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Durante visita a obras no Nordeste, na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff comentou a greve na Bahia e se colocou contrária à concessão de anistia a PMs que tenham cometidos crimes.
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