CORRUPÇÃO NO SAMBÓDROMO !

Tom Maior fecha o Carnaval de SP pedindo paz e fim da corrupção

Última escola a desfilar no grupo especial do Carnaval de São Paulo, a Tom Maior não deu espaço para o cansaço em sua passagem pelo sambódromo do Anhembi, na manhã deste domingo (19). Entrando na passarela às 6h20, a escola mostrou alegria, emoção e críticas à corrupção na apresentação do enredo Paz na Terra e aos Homens de Boa Vontade.

Com alas que criticavam a impunidade e a corrupção no Brasil, a escola aproveitou o enredo sobre a paz para lembrar a desigualdade social que causa insegurança nas comunidades do país. O desfile também foi marcado por homenagens ao ex-presidente da agremiação, Marko Antonio da Silva, morto no ano passado. Antes de cruzar a passarela, os puxadores emocionaram os integrantes da escola com a lembrança do ex-presidente.

O desfile foi aberto com a comissão de frente "As Ninfas e os Guerreiros da Corte na Luta pela Paz". A coreografia mostrava o embate entre os personagens, com muitas cores e brilho. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jairo e Simone, representa a "Aurora Celestial" com muitas plumas nas cores amarelo, azul e lilás.

À frente do carro abre-alas, as cem baianas da Tom Maior evocavam a "Intercessão Divina" para pedir paz na Terra. As fantasias douradas das passistas foram as mais caras da escola, em função do tipo de penas utilizados. A primeira alegoria "Que o céu nos Acuda" trouxe anjos da corte celestial empunhando espadas, pombas e balanças.

As alas mostraram demônios, anjos e o apocalipse, mostrando a situação de destruição do planeta e degradação da paz entre os homens. Outras alas destacaram personalidades e ações que contribuem para a harmonia, como a "Tributo à Dorina Nowil - Doação de Córneas" e a "Doutores da Alegria". De vermelho e dourado, Vaguinho e Lídia são o segundo casal mestre-sala e porta-bandeira saudaram a "Justiça Social".

O enredo também fez críticas políticas e apontou a corrupção como uma das causas para a desarmonia. A terceira alegoria, "Limpando o Distrito Federal" pedia o fim da corrupção no País. O carro trazia no centro uma grande bandeira do Brasil e garis escalando o Congresso Nacional. Na base do carro, ratos de terno representavam os políticos corruptos. A impunidade também foi criticada em uma das alas da escola.

O cantor e político Frank Aguiar foi destaque da quarta alegoria, "Enfim, A Comunidade em Paz". O carro traz uma grande armação no formato de um caramujo, animal que carrega nas costas a sua casa. Dentro da estrutura, diversos barracos e casas simples mostravam a harmonia das comunidades pacificadas.

As alas também mostraram ícones da luta pela paz, com fotos de personalidades como Mandela, Gandhi, Betinho e Madre Tereza de Calcutá nas fantasias. A ala "Minha Vida é o Carnaval" homenageou o ex-presidente Marco Antônio da Silva, assim como o terceiro casal mestre-sala e porta-bandeira, Bruno e Waleska, que relembrou o presidente com foto na saia da passista. No último carro alegórico, fotos de Marko Antonio estavam integradas a imagens de anjos e estrelas, encerrando a mensagem de paz da Tom Maior.

Histórico

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Tom Maior foi fundada em 14 de fevereiro de 1973. A escola nasceu no bairro de Pinheiros, lugar cativo e levou seu último título em 1999. Neste ano, seu enredoSalve Salve São Bernardo, Pedaço do meu Brasil - Terra Mãe dos Paulistas, presta uma homenagem à cidade.

Ficha técnica

Presidente: Luciana Silva

Carnavalesco: Marco Aurélio Ruffinn

Intérpretes: Rene Sobral

Cores: vermelho, amarelo e branco

Posição no Carnaval de 2011: 9º lugar do Acesso