Senado libera 36% dos funcionários da obrigação de bater ponto
Ponto eletrônico custou mais R$ 1 milhão aos cofres do Senado. Maioria dos liberados é de comissionados, indicados por senadores.
O Senado Federal pagou caro para melhorar o controle da frequência dos funcionários. Mas desde que a medida foi adotada, tem aumentado o número de trabalhadores liberados de bater o ponto.
As máquinas que registram o horário de trabalho dos funcionários do Senado estão espalhadas pelas entradas do prédio, corredores de comissões e perto dos gabinetes.
São equipamentos modernos, onde, além do crachá, o funcionário é obrigado a colocar a impressão digital. Tecnologia usada para evitar fraudes e que custou mais R$ 1 milhão aos cofres do Senado.
Mas nem todos os funcionários são obrigados a passar pelo equipamento. Uma norma interna autoriza senadores a liberar funcionários do controle eletrônico de frequência.
Em abril de 2011, assim que o equipamento começou a funcionar, 1,3 mil funcionários eram liberados. Nove meses depois, são 2,266 mil, segundo o Senado. O número corresponde a 36% dos funcionários da casa. A grande maioria é de comissionados, não concursados, indicados pelos senadores. Destes, mais da metade trabalha nos estados, longe do ponto eletrônico.
O diretor-adjunto de comunicação do senado, David Emerich, diz que a liberação do ponto não quer dizer dispensa do trabalho. “Não significa o fim do controle da freqüência. Nesse caso o controle da frequência da jornada de trabalho passa a ser de responsabilidade dos gabinetes dos senadores”, informa o diretor.
Para o sindicato dos servidores, não pode haver tratamento diferenciado. “Que o tratamento seja igual para todos os servidores e não favorecendo alguns servidores em detrimento de outros”, espera Aníbal Moreira, vice-presidente do sindicato.
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