Para evitar racha, PT quer revezamento na liderança da Câmara
Na próxima terça-feira (24), a bancada do PT na Câmara dos Deputados se reúne para discutir quem substituirá o líder do partido na Casa, deputado Paulo Teixeira (SP), até o final de 2013. Os deputados José Guimarães (CE) e Jilmar Tatto (SP) são cotados para o posto, e a preferência entre eles divide os parlamentares petistas.
Para evitar um racha mais grave na bancada, dirigentes do PT defendem que os candidatos se alternem no cargo: 2012 para Guimarães e 2013 para Tatto. Segundo o atual líder do PT, essa seria "uma saída de consenso". "Há um equilíbrio muito grande entre José Guimarães e Jilmar Tatto e vamos tentar um ano para cada um, uma saída de consenso", afirmou a Terra Magazine.
Já o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT, justifica que o primeiro ano seja de José Guimarães. "A CNB (corrente petista Construindo um Novo Brasil) está há três anos fora da liderança do partido. Agora é nossa hora e, em 2013, não teremos nenhum problema em apoiar Tatto. O importante é ter equilíbrio", declarou. Irmão de José Genoino, Guimarães viu um dos seus assessores ser preso pela PF, em 2005, ao tentar embarcar para Fortaleza com dólares na cueca.
Nos bastidores, porém, sabe-se integrantes da CNB, corrente majoritária do PT nacional, defendem Guimarães para os dois anos do cargo, e protestam contra Tatto, que retirou sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo em favor de Fernando Haddad, esperando a liderança do PT como uma espécie de moeda de troca.
Vargas afirma que não houve "troca alguma". "Foi uma compreensão política da parte de Tatto, que viu em Haddad o melhor candidato naquele momento", explicou o deputado. Assim como o líder Paulo Teixeira, ele se diz "otimista" quanto ao acordo para terça-feira.
Os dois grupos que se dividem entre Guimarães e Tatto, segundo o secretário do PT, estão "polemizando desde a última eleição do presidente da Câmara". "Será bom acordar agora", diz.
Em fevereiro de 2011, Marco Maia (PT-RS) foi eleito presidente da Câmara. Mas, além de vencer a eleição no plenário, o petista precisou ganhar uma disputa interna contra os deputados paulistas Arlindo Chinaglia, João Paulo Cunha, e o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza.
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