Presidente do PT diz que ministério 'não é propriedade de ninguém'
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RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
Após ouvir reivindicações de 11 partidos que apoiam Dilma Rousseff, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, declarou na tarde desta quarta-feira que "ministério não é propriedade de ninguém" e que crescimento nas urnas não pode ser usado para exigir maior participação no governo. DE BRASÍLIA
O recado, direcionado aos aliados em geral, se choca mais especificamente com as pretensões do PSB --que pressiona por maior espaço sob o argumento de que saiu fortalecido das eleições-- e do PMDB, que defende a manutenção, no governo Dilma, de todas as seis pastas que ocupa, mais o Banco Central.
"Tem que ter claro que nenhum ministério é propriedade de ninguém. Vai ser formado um novo governo e a presidenta é que vai decidir se vai optar por continuar a ocupação do espaço nos moldes do governo [atual] ou se vai propor modificações. Não há uma regra pré-definida em relação a isso", afirmou Dutra, após receber hoje, separadamente, dirigentes do PR, PRB e PTN.
Nos últimos dias, ele ouviu pedidos de lideranças de outras oito legendas aliadas, incluindo o PT, e deve conversar ainda com integrantes do PTB, que apoiou formalmente a candidatura de José Serra (PSDB).
Sobre a declaração dos dirigentes partidários nas saídas dos encontros --de forma praticamente unânime, eles defendem a manutenção do espaço que hoje ocupam na Esplanada dos Ministérios, com ampliação--, Dutra rebateu principalmente o argumento de que crescimento nas urnas significará maior participação.
"Os espaços do governo são finitos, a equação para garantir a participação de todos será feito pela presidenta. Como todos os partidos da base aliada cresceram [nas eleições], você não pode a princípio estabelecer que isso seja um critério para ampliar também a participação no governo. Senão teria que ampliar os cargos do governo para atender ao conjunto dos partidos, e não é essa a intenção."
Os últimos partidos ouvidos por Dutra foram os nanicos PRB (que elegeu oito deputados federais, o mesmo número da bancada atual) e PTN (que não elegeu nenhum). O presidente do PRB, Vitor Paulo, afirmou que o partido aceitará qualquer pasta ou cargo oferecido por Dilma e que o senador da legenda, Marcelo Crivella (RJ), é "preparado" e "aspirante" a qualquer posto.
Dutra levará a extensa lista de reivindicações dos partidos a Dilma na próxima semana, quando ela retorna da viagem à Coreia do Sul --onde participa da reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo).
10/11/2010 - 20h11
Crise no PanAmericano deve acabar em ação criminal, diz BC
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EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira, em relação ao banco PanAmericano, que "tudo indica que a investigação vai redundar em algo para o Ministério Público", em referência à Lei do Colarinho Branco. Por enquanto, as investigações estão na esfera administrativa, mas deve migrar para a criminal. DE BRASÍLIA
Além de contabilizar no seu balanço carteiras de crédito já vendidas para outros bancos, alguns desses negócios foram registrados com valores incorretos pelo PanAmericano, segundo o BC.
Há também sinais de que a mesma carteira tenha sido vendida mais de uma vez.
Apesar dos indícios, Hoffmann disse que ainda não é possível dizer se o erro foi intencional e qual a motivação dos envolvidos.
A instituição citou a possibilidade de que o problema já viesse ocorrendo nos últimos quatro anos, período em que o PanAmericano realizou várias dessas vendas.
Além de investigar operadores do banco, o BC verificará se auditores que avaliaram os balanços cumpriram a obrigação de fazer o cruzamento com dados de outros bancos que negociavam com o PanAmericano.
No caso de quebra do banco, segundo ele, o prejuízo recairia também sobre os demais sócios, incluindo Caixa Econômica Federal, e sobre credores, principalmente fundos de investimento, fundos de pensão e outros bancos que possuem depósitos financeiros e obrigações nas cessões de crédito.
Da forma como foi feita a operação, segundo Hoffmann, "o único que perde é o dono do banco".
FISCALIZAÇÃO
O diretor afirmou que não há evidência de problemas da mesma espécie nos demais bancos, mas que o BC pode rever normas de fiscalização para ajudar a prevenir novas fraudes desse tipo.
"Não temos evidências de que isso esteja se repetindo em outros bancos. Mas isso vai levar a um estudo interno para ver se a forma como os bancos negociam pode ser melhorada para evitar essa possibilidade", disse.
O BC informou ainda que não havia iniciado essa verificação quando aprovou a venda de parte do banco para a Caixa e que, por questões de sigilo, não poderia alertar a instituição sobre o problema.
É verdade amigo já não se fazem mais UNE como antigamente.
ResponderExcluirTenho até hoje, já passados trinta e poucos anos minha carteirinha guardada.
Tenho vergonha dessa UNE atual, vendida, PeTralha.