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sábado, 14 de abril de 2012

Corrupção: MALANDRA É MALANDRA... MANÉ É MANÉ





Depois de escapar de cassação, Jaqueline Roriz mantém postura discreta na Câmara dos Deputados
Deputada foi flagrada recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM para campanha


Sete meses após escapar da cassação na Câmara dos Deputados, Jaqueline Roriz (PMN-DF) adotou uma postura discreta em seu mandato, sem "aparecer" muito. Falta pouco às sessões plenárias e às comissões e evita entrar em discussões acaloradas. Nos corredores da Casa, é tratada com carinho pelos colegas deputados.

Jaqueline foi salva pelos parlamentares em 30 de agosto do ano passado, depois de responder a processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, que pediu sua cassação. Por 265 votos contra, 166 votos a favor e 20 abstenções, ela foi absolvida das acusações de recebimento de dinheiro ilícito e uso da verba de gabinete para o pagamento de aluguel do escritório do marido.

A parlamentar foi flagrada em um vídeo, gravado em 2006 e divulgado em março do ano passado, recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, o delator do esquema conhecido como 'mensalão do DEM', descoberto pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Na ocasião, ela era deputada distrital.

Durante o ano de 2011, o primeiro de seu mandato como deputada federal, Jaqueline esteve presente em 77,6% das sessões plenárias, ou 83 das 107 sessões deliberativas. Faltou a 24 sessões, justificando 13 das faltas como missões autorizadas pela Câmara em comunidades e outros projetos de parlamentar.

Nas comissões, a deputada participou de 57 das 70 sessões (81,4%). Faltou a 13 sessões, não tendo justificado 10 delas. Jaqueline é titular da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e de Reforma Política, e suplente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Pessoas próximas à Jaqueline garantem que o fato de deputada estar aparecendo menos é uma estratégia da sua equipe. Enquanto ela estiver "esquecida" a chance de uma nova avalanche de críticas e denúncias é menor.

Um exemplo da postura adotada pela deputada após o processo no Conselho de Ética aconteceu quando ela tentava colher assinaturas de deputados para abrir uma investigação a denúncias envolvendo um adversário político. Jaqueline foi aconselhada por colegas e pela própria equipe que aquele não era o momento de se envolver em polêmicas e, muito menos, atacar os advesrários.

Ao mesmo tempo, com um mandato discreto, Jaqueline tem aproveitado para visitar as bases eleitorais no Distrito Federal para explicar aos eleitores a situação que passou e "tranquilizá-los".

Uma das cidades que a deputada mais visita é Santa Maria, distante 26 km de Brasília. O local é base eleitoral da deputada. Jaqueline também viaja muito para visitar o filho, que não mora no Brasil.

Em casa, evita-se falar de política. A parlamentar do PMN é filha de Joaquim Roriz, que governou o Distrito federal por 14 anos e foi impedido de concorrer ao governo nas últimas eleições barrado pela Ficha Limpa. Em 2007, ele renunciou ao mandato de senador para escapar de processo disciplinar semelhante ao da filha.



Apoio

Durante a votação sobre o destino da deputada, manifestações em Brasília pediam a sua cassação. Em votação secreta, no entanto, a rejeição do pedido da comissão de ética teve ampla maioria. Segundo interlocutores próximos à deputada, a maioria dos deputados a apoiou durante todo o processo.

Os colegas teriam sinalizado que cassá-la por caixa dois abriria precedente para que outros perdessem o mandato.

Nos corredores da Câmara, nas comissões e no cafezinho, Jaqueline é tratada com carinho. Os que passam por ela fazem questão de parar, dar um abraço, perguntar "como vão as coisas".

Aprovação

Mesmo respondendo a um processo de cassação, a aprovação da deputada federal não diminuiu no último ano. Uma pesquisa divulgada em 9 de novembro pela O&P mostrou que a deputada ainda é a terceira parlamentar da Câmara em aprovação, com 7,2%. A pesquisa foi feita com 900 pessoas, de 4 a 7 de novembro.

Jaqueline perdeu para Antônio Reguffe (PDT), que teve 31,1% de aprovação, e Erika Kokay (PT), que atingiu 8,7%. Na época, o assessor de imprensa da deputada considerou o número muito positivo "diante das circunstâncias vividas pela parlamentar nos últimos meses".

Um comentário:

  1. Essa biscate, deveria estar na cadeia. Mas como lá não pode ficar "cadela" o lugar dela é aí mesmo.

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