Ninguém sabe quanto custará a Copa de 2014
Equipe de jornalismo
Do Contas Abertas
Existem pelo menos cinco portais na internet com dados globais sobre a Copa do Mundo de 2014. Os sites foram criados pela Controladoria Geral da União (CGU), Senado Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério do Esporte e Instituto Ethos. Apesar da intenção de dar transparência ao mega evento, faz-se necessário o trânsito permanente de informações entre os governos municipais, estaduais e federal para que os sites estejam sempre atualizados, o que infelizmente não está acontecendo. Assim, quanto vai custar a Copa do Mundo 2014 ainda é uma incógnita.
A CGU (www.portaldatransparencia.gov.br), por exemplo, informa que os investimentos em aeroportos, portos, estádios, mobilidade urbana e os financiamentos para novos hotéis custarão R$ 27 bilhões. Faltando 28 meses para o início do mundial, o próprio site do governo federal evidencia o atraso da programação, ao mostrar que somente R$ 9,9 bilhões (37%) foram contratados e apenas R$ 1,4 bilhão (5,2%) foi pago.
Lentidão à parte, convém ressaltar que os R$ 27 bilhões correspondem somente ao chamado “Primeiro Ciclo”, não incluindo itens como segurança, telecomunicações, infraestruturas energética e turística, saúde e qualificação profissional.
Mesmo o valor previsto para a etapa inicial (R$ 27 bilhões) está longe da realidade. Os financiamentos públicos para hotelaria, por exemplo, deverão ser muito maiores do que os que estão lançados no portal. Os R$ 350,1 milhões contratados até agora destinam-se à implantação de dois novos empreendimentos, em Botafogo e Copacabana, à revitalização do Glória e à instalação de hotel em Aparecida do Norte (SP). Porém, provavelmente, outros hotéis serão construídos. O valor total disponibilizado pelas linhas de financiamento do BNDES e dos Fundos Constitucionais (Norte, Nordeste e Centro Oeste) para essa finalidade é de R$ 1,9 bilhão, podendo ser ampliado conforme a demanda.
Outro exemplo de discrepância entre o valor orçado e o real é o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O custo frequentemente divulgado é de R$ 688,3 milhões. Nesse montante, porém, não está incluída a cobertura da arena que acaba de ser licitada, elevando o dispêndio para cerca de R$ 850 milhões. Também não constavam da previsão original as despesas com o gramado, a iluminação, as cadeiras, os elevadores, dentre outros “detalhes”. Ou seja, a estimativa do Governo do Distrito Federal refere-se, basicamente, à estrutura de concreto.
De fato, encontrar o custo real do elefante branco em construção na capital não é tarefa fácil. O valor de R$ 688,3 milhões ainda é informado nos sites da CGU e do Ministério do Esporte (www.copa2014.gov.br). No site do Instituto Ethos (www.jogoslimpos.com.br) encontra-se R$ 745,3 milhões. No site do Senado ( www.copatransparente.gov.br) consta R$ 671,1 milhões. Até mesmo a foto do estádio que ilustra os portais do Tribunal de Contas da União e do Ethos é a da versão inicial do projeto, já completamente alterada.
Quanto à execução financeira, embora estejamos em fevereiro de 2012, os dados mais recentes computados no portal do Senado (30/6/2011) mostram que foram pagos R$ 223,8 milhões dos R$ 671,1 previstos (33%). No site da CGU os valores executados até 9 de novembro de 2011 somam R$ 73,99 milhões dos R$ 688,3 milhões previstos (11%). Para o governador, Agnelo Queiroz, as obras já estão na metade.
Assim como ocorre com o estádio em Brasília, os portais divulgam informações desatualizadas, incompletas e até contraditórias sobre outros empreendimentos, nas diversas cidades-sede. A promessa de que qualquer cidadão poderia acompanhar os custos da Copa ainda não foi cumprida.
NO DIA QUE CADA BRASILEIRO ESTIVER COM UM FILHO OU PARENTE ENTRE A VIDA E A MORTE, VAMOS LEVÁ-LOS PARA ASSISTIR UM JOGO DE FUTEBOL!
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