TRT-RJ deve explicar hoje movimentações atípicas de R$ 282 mi
Até fãs do UFC cobram mais fiscalização em setores da Justiça
São esperadas para esta segunda-feira as explicações sobre movimentações financeiras atípicas de R$ 282,9 milhões por um magistrado ou servidor do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro. O pedido de esclarecimento foi apresentado pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), na última sexta-feira (13).
"Diante das informações publicadas na imprensa sobre o relatório do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], requeremos que o tribunal informe quem é a pessoa e qual a proveniência desses recursos", disse o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous. "Entendemos que o tribunal tem como conseguir esses dados, caso não os tenha", completou.
Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, entregues à Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apontam que apenas uma pessoa do TRT movimentou a quantia de R$ 282,9 milhões, em 2002. O valor equivale a 94,3% das movimentações fora do normal registradas no ano (R$ 300,2 milhões), no órgão.
A polêmica envolvendo o TRT e os recentes conflitos entre magistrados e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) repercutem na sociedade. No último sábado, nem mesmo o clima de festa que tomou conta da HSBC Arena, em Jacarepaguá, durante a realização do UFC Rio, foi o suficiente para apagar momentaneamente os debates sobre o tema.
O Jornal do Brasil realizou uma enquete sobre o assunto com os fãs que compareceram ao evento e o resultado foi uma unanimidade: a fiscalização precisa ser mais rigorosa.
"Estamos vivendo no país da corrupção. Todo mundo tinha que ser fiscalizado de um jeito rigoroso", afirmou o funcionário público Carlos Antônio, de 52 anos.
A mesma opinião tem o comerciante João Augusto, de 43 anos, que esperava durante cerca de duas horas para conseguir entrar no evento de lutas mais esperado do ano:
"Lógico que tem os bons profissionais no judiciário, mas todo setor que lida com dinheiro vai ter alguma coisa errada", opinou.
Um questionamento comum foi sobre a possibilidade de fiscalizar o judiciário. Muitos dos entrevistados citaram a crise do Conselho Nacional de Justiça, que sofre ataques por conta do seu combate à corrupção no setor:
"Tem que ser fiscalizado. Mas quem vai fazer isso? Tem que ter muito mais transparência", afirmou Anderson Antonio, de 27 anos, que trabalha no setor de transportes.
Há, no entanto, quem ainda confie na lisura dos magistrados brasileiros no que se refere aos gastos públicos. Mesmo que reconheça a existência de desvios, Marcos Luiz Silva, de 47 anos, não acha que seja um problema geral.
"Sei que há corrupção, mas acredito que não seja generalizada".
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