AGORA SÃO 837 MOTIVOS PARA CONTINUAR! ME DÊ MAIS UM MOTIVO!

201 MOTIVOS PARA CONTINUAR ACREDITANDO:

PAGANDO PARA SERMOS FERRADOS... COMEÇA TUDO DE NOVO!

PAGANDO PARA SERMOS FERRADOS, COMEÇA TUDO DE NOVO

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O FIM DOS PARTIDOS POLÍTICOS!



O fim dos partidos políticos
Jornal do Brasil
Paulo Rosenbaum

“Por favor, não vos doam as verdades que digo; ninguém se pode salvar quando se opõe bravamente a vós ou a outra multidão qualquer para evitar que aconteçam na cidade tantas injustiças e ilegalidades; quem se bate deveras pela justiça deve necessariamente, para estar a salvo, embora por pouco tempo, atuar em particular e não em público” (Platão falando por Sócrates in 'Abstenção da política').

Não é preciso um giro muito profuso para perceber que o papel das pessoas, estruturas e instituições precisa ser repensado. Não que a democracia esteja se esgotando neste melancólico desfecho de pós-modernidade, mas há pelo menos uma coisa clara: suas formas e conteúdos pedem um novo corte filosófico. Sem uma novíssima política não sobrevivem nem o povo nem o Estado. Aquele a causa — senão a única razão — desse. 

Está em curso uma crise mundial, talvez sem precedentes desde o fim da II Guerra, que vai muito além da econômica. Por outro lado, não é insensato afirmar que o capitalismo está muito longe de ser derrotado pelas suas contradições como previu o economista alemão. Ainda é, e por muito tempo será, o sistema dominante. Além disso, há uma crise de representatividade e, sem ela, a governabilidade está ameaçada. Com a violência testemunhada nos protestos globais — que vêm misturando na pólvora fanatismo, exclusão e pulsão destrutiva — vemos a anomia e a barbárie tomar corpo, inclusive em sociedades até há pouco consideradas inquebrantáveis. É claro que este é um daqueles riscos ainda subestimados nos gabinetes políticos e nas planilhas lucrativas de quem faz marketing eleitoral.
  

Saudamos o surgimento de um movimento ainda tímido, mas que pode vir a ser um desagravo a todos os que julgavam falida esta coisa chamada política. A sociedade não pode mais aturar ou bancar partidos políticos (ao menos do jeito que estão constituídos) ou a violação constante das regras para socializar os prejuízos motivados pela especulação. Para bem além dos partidos, paira no ar do mundo um movimento utopista.  Ele parece estar sendo modelado numa plataforma elástica – quase um continente – na qual as tendências chamadas de nichos e bolsões ideológicos podem ser desfeitas sem que as pessoas precisem ficar repetindo velhos slogans: “Não trairemos a causa”, “Sejamos coerentes” ou “Nunca abdicaremos de nossa história”. 

O movimento utopista que está nascendo acolherá todos: a direita combativa, a esquerda inercial, o sindicalismo oportunista e a burguesia arrependida. Encampará o fisiologismo tosco, os verdes sem alianças, marxistas raivosos e até neoliberais perdidos. Não vetará anarquistas nem independentes que tenham se declarado apartidários, supradeológicos, ou simplesmente desagregados. Enfim, num mundo repleto de políticos e castas governantes, mas paupérrimo em estadistas, todos os habitantes, cansados, podem estar ensaiando a grande convocação onde se possa enfim enxergar fusão de horizontes. 

Este movimento nasce um tanto subjetivo – e não pensem os senhores leitores que ele se aproveita dos fenômenos mundiais recentes – “Indignados europeus” “Primavera árabe”, “Ocupem Wall Street”– mas de uma força muito primitiva e ainda mais propensa ao extemporâneo: o desejo sincero que a maioria das pessoas tem por uma vida com significado, de serem tratadas como sujeitos e principalmente que recusam o papel de rebanhos sem identidade. 

Se há algo que os homens de Estado deveriam saber fazer – como manda a etimologia da palavra política (a arte de bem gerir ou governar cidades) – é aprender a servir e honrar aqueles que os colocaram no cargo. Não às massas anônimas, mas aos sujeitos singulares. E este é um aprendizado no qual não basta cumprir as promessas de campanha, fazer acordos estratégicos com o capital benevolente que subsidia as obras ou assegurar índices de popularidade em seus respectivos currais eleitorais. 

Aliás ser POP, verdadeira obsessão entre políticos contemporâneos (não é baixo o risco de sermos governados exclusivamente por cantores e radialistas) deveria ser consequência, nunca causa do poder. O que emana do povo é apenas um mandato tampão, – oxalá tivesse caráter improrrogável – para que cidades e instituições funcionem adequadamente. A arte de bem gerir a coisa pública como um bom negócio (pelo visto, mau negócio para a maioria, pois como adjetivar  eminentes insolvências de sistemas financeiros inteiros) deve mudar de eixo e migrar, talvez, para a arte de educar. E educar é educar-se, como pensou o filósofo.

Portanto, não há como falar de processo político sem evocar a educação. Centros de educação e universidades há muito deixaram de preparar as pessoas para a vida. Muitos saem de lá hábeis negociadores, grandes produtores, eruditos produtores de papers e em sua maioria, experts. Mas a verdade é que a maior parcela dos egressos não aprende o básico, só para não dizer o óbvio. Especialmente em relação ao convívio na diversidade, o significado da vida comunitária e a relativização da vida como busca do sucesso a qualquer preço. Ou seja, a educação formal tem ensinado de tudo, menos o essencial.      

Voltando da digressão, se o Estado e os políticos que o respaldam querem voltar a ter o direito de representar, precisam assegurar que não é suficiente talento retórico.  Para isso precisam de formação ética e educação filosófica que, no tempo e diante das tentações, sustentem tais princípios. É verdade, sempre foi necessária força quase espiritual para conservar-se na linha, e conhecem-se cada vez menos exemplos incólumes aos desvios. A corrupção epidêmica é só um sintoma, definitivamente a doença é outra.    

Neste novo movimento, mínimas exigências, como por exemplo, a participação em grupos de estudos onde a grade curricular sejam os estudos sobre o si mesmo. O objetivo, enganadoramente complicado, é inesgotável, mas se precisássemos sintetizá-lo poder-se-ia reduzi-lo a como se posicionam as pessoas em relação à liberdade, às minorias e ao acumulo de bens. 

Numa eventual carta do movimento, o esboço da missão seria:  "Uma vez que os partidos políticos decretaram a autoextinção (não havia mais sentido Estados dentro de Estados); uma vez que problemas crônicos como a fome, educação, saúde e segurança estão resolvidos; uma vez que a justiça social e o desenvolvimento geraram condições dignas de trabalho; uma vez que as nações e o planeta consolidam-se em prosperidade e equidade; uma vez que a democracia atingiu a plenitude no mundo; uma vez que a paz impera e não há mais opressão, guerras ou presos políticos; uma vez que a destruição da biosfera, o último e mais grave problema gerado pelo homem foi sanado, doravante a humanidade livre passou a gerenciar a vida.

EU NÃO QUERO PARTIDOS!
EU QUERO HOMENS E MULHERES HONESTOS!
EU QUERO O #EUVOTODISTRITAL!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESABAFOU? RIU? BRINCOU? SE COMOVEU? CHOROU? NÃO GOSTOU?
DE QUALQUER FORMA EU TENTEI! TÔ VENDO TUDO ESTÁ FAZENDO SUA PARTE! MAS SE GOSTOU OU NÃO, FAÇA SUA PARTE, COMENTANDO !

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...