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Mais corrupção no PT

O Partido dos Trabalhadores não aprendeu a lição com o escândalo do mensalão. O mais recente caso de corrupção explícita no país aconteceu em Campinas, a segunda maior cidade do Estado de São Paulo. O Gaeco, núcleo do Ministério Público que combate o crime organizado, descobriu a existência de um esquema delituoso envolvendo o setor de abastecimento de água no município. O principal beneficiário do “negócio” seria o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai, cujo maior status é ser amigo de copa e cozinha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma bomba. De acordo com as investigações, quem montou toda a roubalheira foi a primeira-dama do município, Rosely Nassim. O prefeito, Hélio de Oliveira Santos, que é do PDT, finge que nada tem a ver com isso. O vice, o petista Demétrio Vilagra, teria recebido, entre todos, a maior propina originária das transações, o que motivou a Justiça a emitir um mandado de prisão contra ele. Foragido, seu paradeiro é a Espanha, de onde não volta, desde sexta-feira passada, “por falta de lugar nos aviões”. Claro que a alegação é falsa. De qualquer sorte, o problema de Campinas é tão grave que o ex-ministro José Dirceu baixou na cidade para uma reunião às pressas com vereadores e lideranças do PT. Ele quer repassar a culpa exclusiva ao PDT: “Não há nada que justifique a prisão [do vice]. Nada que ligue o Demétrio a qualquer ato ilícito”.  Limpar a barra dos companheiros é a razão de sua visita. Mas pouco adianta. O PT nacional já saiu machucado com essa história.

Medo

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a base da investigação que atormenta o PT é o depoimento do diretor técnico da empresa pública de águas de Campinas, a Sanasa. Ele fez delação premiada, mas segue preso. É de sua autoria a informação de que a propina girava entre 5% e 7% dos valores das obras. Falta, apenas, dizer o nome dos favorecidos com o dinheiro. O pânico no petismo é de que a metralhadora verbal do sujeito atinja gente graúda da legenda.

Em Brasília

Esse caso só não toma maiores repercussões junto ao Palácio do Planalto porque o tema Palocci absorve hoje as atenções da imprensa e do Congresso. Com tantas dinamites explodindo, uma mais ou a menos não significa grande coisa para a gestão de Dilma Rousseff.

Firmeza

A presidente da República, reconhecidamente uma mulher enérgica, terá de agir rápido, condenando de forma enérgica aqueles que, independentemente da filiação partidária, se envolvem em corrupção. O porém desse comportamento é que ela até agora não mandou o ministro da Casa Civil de volta a Ribeirão Preto. Mas vai mandar, antes que sua popularidade despenque.