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Governo impede novamente ida de Pimentel ao Congresso

13 de dezembro de 2011 • 15h22

LUCIANA COBUCCI

Direto de Brasília

Senadores da base governista conseguiram novamente, nesta terça-feira, impedir a ida do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, ao Congresso para se explicar sobre negócios feitos por sua empresa de consultoria, a P-21, entre 2009 e 2010. O requerimento de convite de autoria do líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), foi rejeitado por oito votos a cinco na Comissão de Meio Ambiente da Casa. Na última quarta-feira, o governo também conseguiu blindá-lo na Comissão e Fiscalização e Controle da Câmara, ao derrubar o requerimento de convocação do ministro por 13 votos a cinco.

Dias afirmou que dos seis ministros que foram demitidos acusados de corrupção no governo Dilma, somente os filiados ao PT não foram ao Congresso explicar as denúncias. O senador se referiu ao ex-ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci, o primeiro a ser demitido, e ao próprio Pimentel.

"O acordo feito foi de que os convites seriam acolhidos prontamente pela maioria governista, já que o governo entendia que é do seu dever prestar informações à comunidade. Mas há dois pesos e duas medidas, os ministros do PT são blindados com toda força e os demais podem ser jogados ao mar, que se defendam, que se expliquem, não são do PT, que justifiquem seus atos. Não há razão para rompimento de acordo que existia de convidar os ministros denunciados. Dizer que não há razões para ele vir é afrontar a inteligência das pessoas", afirmou o senador.

Governo rechaça blindagem

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), descartou a ideia de blindagem. "O acordo é que iríamos apoiar a vinda de ministros com denúncias a respeito de ações durante a vida pública. No caso do ministro Pimentel, é uma questão privada, ele não fazia parte do governo, não tinha cargo público. Qualquer esclarecimento deve ser dado, e já foi dado, à Comissão de Ética Pública e à Receita Federal. Os que vieram se explicar no Congresso o fizeram a respeito de ações de governo", afirmou.

A oposição queria que Pimentel explicasse denúncias de que teria se beneficiado ao prestar consultoria a uma empresa que foi contratada, posteriormente, pela prefeitura de Belo Horizonte - onde ele foi prefeito. Neste fim de semana, novas acusações foram veiculadas em grandes jornais.

O Globo de domingo trouxe a informação de que a empresa Convap teria ganhado duas licitações com a prefeitura de Belo Horizonte, por meio de um consórcio, e assinado contratos no valor total de R$ 95,3 milhões. A assinatura dos contratos, de acordo com o periódico, teria acontecido meses depois de uma consultoria prestada pela P-21, a empresa de Pimentel, e o convênio teria sido assinado mesmo com a Convap devendo R$ 475 mil à prefeitura em taxas e tributos. Para um especialista ouvido pela reportagem do jornal, a decisão de não pedir um certificado de quitação de débitos seria um indício de favorecimento.

No sábado, o jornal O Estado de S.Paulo veiculou que a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), principal cliente da empresa de consultoria de Pimentel, teria conseguido indicar pessoas para ocuparem cargos na pasta. À revista Época, que fez entrevista exclusiva com Pimentel no sábado, o ministro se defendeu e alegou não ter feito "nada ilegal" ao faturar R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria.

PARA VARIAR OS PARLAMENTARES COMPROMETIDOS COM O PODER, E NÃO COM O POVO NÃO QUEREM, POR ORDEM DE SUA SOBERANA QUE O AMIGUINHO SE EXPONHA! MAS JÁ ESTÁ EXPOSTO!