É MUITA ACARA DE PAU!

Elle quer voltar

Fernando Collor de Mello quer porque quer se eleger presidente do Senado Federal, com o propósito de voltar ao Palácio do Planalto, de onde foi defenestrado a partir de um impeachment no Congresso Nacional, como se nada tivesse acontecido em sua passagem como presidente da República. Considerado arrogante, pela maioria dos seus colegas, ultimamente, ele se desdobra, em tempo integral, para assumir o controle do Congresso Nacional, que seria o caminho imediato para ascender, mais uma vez, ao gabinete mais importante do país, no terceiro andar do Palácio do Planalto.

Provavelmente, o senador alagoano aposta na curta memória dos brasileiros, que esquecem rápido o passado, como por exemplo, o impeachment, aprovado por grande parte da população. Certamente ele ignorava que a Polícia Federal não dormia e que tinha continuado investigando, como um órgão importante, que está sempre ativo e de prontidão. Foi a partir daí que concluiu que Collor custeou a formação de um dossiê rotulado como Cayman, em 1998. Constava na apuração policial, que foram, simplesmente, forjados papéis, durante movimentações financeiras no exterior.

O agora senador, de acordo com a Polícia Federal, o FBI, e também a Interpol, não chegou a ser indiciado. As explicações de juristas consultados foram que ele não teve envolvimento direto no custeio da operação. Apesar disso, ele não será imune, e deverá ser citado por ser beneficiário do caso, que custou, em 1998, US$ 2,2 milhões, dinheiro saído de uma conta, no nome de seu irmão, Leopoldo Collor, em um paraíso fiscal nas Bahamas. Chegaram à 10ª Vara de Justiça Federal de Brasília as investigações, com o processo em estágio de conclusão, aguardando julgamento.

Determinado em voltar por cima, começando pela presidência do Senado Federal, de olhos abertos para a rampa do Palácio do Planalto, ele continua o mesmo de antes, embora pareça outro por seus pares. Rosane Malta, sua ex-mulher, está concluindo um livro sobre toda a sua convivência com o ex-presidente, que externamente se mostra como um lord, mas é completamente diferente na intimidade. Faltam apenas detalhes para que o depoimento da ex-primeira-dama seja lançado, ainda no verão de 2012, com todos os detalhes, que poderão estarrecer o país.

Em entrevista à Brasília Em Dia (edição 9, Ano 1, 22 a 28 de dezembro de 1996), ele fez a seguinte revelação: “O tempo joga a meu favor. Tudo não passou de um golpe e vou resgatar o mandato que me roubaram”. No decorrer da entrevista, ele foi agressivo com o seu ex-vice, Itamar Franco: “Não sei por quem e em que momento, mas o fato é que o idiota do Itamar não seria o presidente da República. O que estaria acertado é que Itamar assumiria a Presidência naquele período do meu afastamento pela Câmara, até o julgamento pelo Senado, quando ele renunciaria.

Já faz 14 anos que publicamos a entrevista e tudo demonstra que ele continua com a mesma determinação de subir outra vez a rampa do Palácio do Planalto: “Vou resgatar o mandato que me foi arrancado. Vou resgatar o mandato que me foi roubado! Afinal, se os políticos me condenaram, se a mais alta Corte de Justiça do país me absolveu, porque não deixar o povo desempatar”.

Esse filme já foi visto, mas não teve aplausos no final, pelo contrário.